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Exposição “O Que é Original?” inaugura no MON

Mostra instiga a discussão sobre o conceito de autoria na arte contemporânea

“O Que é Original?” é o nome da exposição do artista Marcelo Conrado, uma promoção do Museu Oscar Niemeyer (MON), que inaugurou este mês e segue à visitação até agosto. Mais do que isso, a mostra também é uma indagação que o artista faz ao seu público, instigando uma discussão sobre o conceito de autoria na arte contemporânea.

“Conrado vem construindo sua carreira quase como quem faz uma escrita e vai relatando a memória”, diz o secretário estadual da Comunicação Social e da Cultura, Hudson José.

“Marcelo Conrado instiga a reflexão sobre o uso e o direito da imagem e esse é o papel do Museu”, afirma a diretora do Museu Oscar Niemeyer (MON), Juliana Vosnika.

Artista formado no Centro Juvenil de Artes Plásticas de Prudentópolis, foi depurando seu estilo e tem duas fases distintas: a fase inicial cromática, com intensidade de cores, e a fase em preto e branco, onde ele consegue impor um novo percurso. “É um artista já reconhecido, mas que precisa ter suas obras revisitadas constantemente”, afirma o secretário Hudson José.

Com propriedade, o artista questiona, por meio de sua obra, a autoria na arte. Doutor em Direito pela UFPR e professor da mesma universidade, Conrado explica que a exposição reúne reflexões próprias de suas duas vertentes profissionais: arte e Direito.

“Temos aqui uma discussão sobre os conceitos de autoria, anonimato, apropriação e originalidade na arte”, explica o artista. Para isso, ele utiliza 20 fotografias licenciadas de bancos de imagens, sobrepostas a frases anônimas, retiradas de pichações, redes sociais ou conversas casuais. “É um diálogo entre a apropriação de textos e imagens. Do duplo anonimato, das fotografias de banco de imagens e de frases, reivindico a autoria das obras”, afirma.

Em outro espaço da exposição, Conrado apresenta ao público 13 pinturas em grandes formatos. Estas, por sua vez, ao serem produzidas, receberam influência de outros artistas, o que mantém vivo o questionamento central da mostra.

No espaço dedicado às pinturas, a autoria se faz presente por meio da mão do artista. Aqui não é possível delegar, diferente da sala dedicada às fotografias, onde a autoria é evidenciada pela via da apropriação.

“Conrado se equilibra em duas vertentes. Na pintura, exercita sua expressão, emoção e subjetividade”, explica a curadora Maria José Justino. “A inclinação de Conrado pela fotografia e pela citação busca explorar outras possibilidades que os novos meios emprestam à arte”.

Ao se apropriar de ideias e citações, o artista alarga a fotografia e possibilita outro universo simbólico, novos sentidos a serem habitados, segundo diz a curadora.

A mostra conta ainda com um painel de LED com frases em movimento, que remete a locais públicos de grande circulação que utilizam tal ferramenta de comunicação. Ao final, uma obra interativa convidará o público a deixar contribuições para possíveis futuros trabalhos do artista.

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