Visões de Ney Braga, o importante político paranaense
Há quem afirme ter sido Ney Braga até hoje o melhor e o mais importante dos políticos paranaenses. Comenta-se que se não fosse um militar com postura de civil teria chegado a Presidência da República. De prefeito de Curitiba a posições mais elevadas foi um passo. Foi deputado federal, governador, senador e ministro. Tive o prazer de com ele conviver como repórter e depois como deputado estadual.
Dia destes estava lendo algumas páginas do livro escrito pelo amigo jornalista Aderbhal Fortes de Sá Júnior com participação de Glademir Nascimento “Ney Braga Tradição e Mudança na Vila Política” lançado em 9 de maio de 1.997 numa noite de autógrafos do destacado político na Pontifica Universidade Católica – PUC e constatei que muito que ali é relatado não mudou nada, continua tudo no mesmo ou pior. É triste, mas é verdadeiro.
Em algumas páginas é publicada uma entrevista com Ney Braga e uma das perguntas é – Hoje o Senhor vê um quadro muito diferente daquele concebido pelos teóricos da Escola Superior de Guerra?
Resposta – A doutrina da ESG falava em objetivos nacionais permanentes – a educação dos brasileiros, o fortalecimento das pesquisas e da tecnologia, a criação de uma classe média influente na cidade e no campo. Em 1.979 eu publiquei um pequeno documento intitulado “Notas Preliminares para o Ideário Político”, em, que faço propostas para que a democracia se desenvolva através de partidos políticos bem estruturados, com propostas claras. Perdemos de vista esses objetivos e não apareceu nada para substituí-los. Assistimos ao resultado de políticas que estimularam o enriquecimento pessoal em prejuízo do fortalecimento nacional. É um desfile diário de notícias sobre erros. Às vezes alguém comenta que a modernização do Estado é o oposto daquilo que foi concebido pelos revolucionários de 64 e eu discordo. Nós queríamos um Brasil que atuasse em todo o mundo através de suas empresas privadas e públicas. Não há democracia forte sem economia forte.