Pesquisas mostram dificuldades em lidar com adolescentes
Segundo um estudo da Universidade da Califórnia, o apoio familiar e social tem extrema importância no desenvolvimento saudável do adolescente. Porém, um levantamento do Pew Research Center revelou que cerca de 62% dos pais enfrentam dificuldades significativas ao lidar com filhos na adolescência. Além disso, um relatório publicado pelo National Center for Health Statistics mostrou que cerca de um quarto dos adolescentes disse que recebe o apoio social e emocional de que precisa.
Segundo Deborah Klajnman, psicóloga e psicanalista, atualmente, com o excesso de tarefas e cobranças do mercado de trabalho, não é raro ver pais que não conseguem se dedicar aos filhos por falta de tempo e até disposição. “Muitos acabam não acompanhando o seu desenvolvimento, ou o fazem de forma precária, prejudicando não só a relação, mas a formação do jovem”, pontua.
“A proximidade entre pais e filhos é fundamental para fortalecer vínculos afetivos e gerar segurança, confiança e autonomia no adolescente”, afirma Danielle H. Admoni, psiquiatra geral e da infância e adolescência.
Para a psicóloga Monica Machado, pós-graduada em psicanálise e saúde mental, construir laços e um convívio saudável com seu filho é uma conduta que fará toda a diferença no futuro dele.
Segundo Danielle Admoni, ter conhecimento sobre as características do adolescente, preferências, qualidades e defeitos, é fundamental não só para o relacionamento, mas para entender como seu filho encara o mundo, quais suas percepções e a maneira como lida ou reage frente a determinadas situações. “Acompanhar a vida de um filho e estar presente nela é o maior benefício que os pais podem proporcionar a ele”, elucida. Participar do seu desenvolvimento e manter o vínculo e cuidado demonstram que você está disposto a conhecer ou reconhecer o mundo do seu filho, além de transmitir valores como empatia, confiança e responsabilidade afetiva.
“Uma relação próxima gera segurança ao adolescente, sendo fundamental para sua saúde mental, autoconfiança e para a construção de sua autoestima. O mais importante: independentemente do que façam juntos, curta cada minuto de forma genuína, e não por obrigação”, pontua Monica.
Para ela, os pais tendem a querer ser o porto seguro de seus filhos. Mas nem todos são. “Mesmo sendo pai e mãe, nem sempre o filho os tem como referência de segurança. Muitas vezes, este posto pode ser da avó ou de uma tia, caso o jovem sinta mais afinidade com uma ou outra.
Ser a pessoa a quem seu filho recorre quando precisa, requer credibilidade. “Um bom exemplo é nunca menosprezar o que ele está pensando ou sentindo. Mostre que você valida seus sentimentos. Essa postura fará com que o adolescente sinta abertura para expor suas emoções”, acentua Deborah.
Por fim, Danielle Admoni alerta: “Quando seu filho te procurar para falar, dê total atenção. Ouça tudo até o final, sem interrupções. Deixe para emitir suas opiniões somente quando tiver certeza de que ele disse tudo o que precisava. Assim, seu filho saberá que tem em você o suporte emocional que precisará em todas as fases da vida”.
Uma relação próxima coma família gera segurança, fundamental para sua saúde mental, autoconfiança e autoestima
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