Gestão da crise hídrica impediu colapso no abastecimento
O rodízio e a série de medidas implementadas pela Sanepar para diminuir os efeitos da crise hídrica impediram o colapso do abastecimento em Curitiba e Região Metropolitana
Sem as ações, que fazem parte do Programa de Gestão de Crise, a falta de água poderia ser mais crítica já no mês de outubro do ano passado quando o nível das quatro barragens que atendem a região chegaria a 9,6%.
Essa análise faz parte de um estudo de projeção realizado pela Sanepar considerando a média de consumo e também as chuvas que ocorreram no período. Sem o reforço do rodízio, a campanha Meta20 de uso racional e as várias ações de captação de água em sistemas alternativos, o colapso seria inevitável.
Desde que começou o engajamento da população ao uso racional da água, de maio a dezembro, a economia na Região Metropolitana de Curitiba foi de cerca de 15 bilhões de litros de água, que equivalem a 40 dias no sistema de abastecimento.
As chuvas dos últimos dias foram importantes, mas ainda insuficientes para garantir a normalidade do abastecimento O diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio Gonchorosky, alerta que o déficit hídrico acumulado ainda é de 400 milímetros em relação à média histórica de chuvas dos últimos cinco anos.
Em 20 de novembro, o nível das barragens do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana estava com 30%. Chegou em 20 de dezembro a 40%. E nesta terça (19) está em 41,92%. Ou seja, neste último mês praticamente manteve-se estável mesmo com as chuvas.
Esse cenário reforça a necessidade de manter o uso racional e econômico. “Felizmente, saímos do nível mais crítico, próximo ao 25%, que levaria a um rodízio mais apertado, mas ainda estamos longe dos 60% que poderiam nos levar à normalidade. O rodízio será mantido porque ainda temos que reservar água para os períodos da primavera e inverno, que são mais secos”, afirma Julio.
LEGENDA: Sem as ações, que fazem parte do Programa de Gestão de Crise, a falta de água poderia ser mais crítica já no mês de outubro do ano passado quando o nível das quatro barragens que atendem a região chegaria a 9,6%.
Foto: José Fernando Ogura/AEN