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Confiança do industrial paranaense registra primeira queda em seis meses

Indicador ficou em 68,4 pontos, na área de otimismo, mas reverteu tendência de alta que vinha se mantendo desde julho do ano passado

Em fevereiro, a pesquisa mensal da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que avalia a confiança do empresário na economia, reverteu uma tendência de crescimento que vinha sendo confirmada há seis meses. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) chegou a 68,4 pontos. Praticamente estável, apenas 0,5 ponto abaixo do resultado de janeiro, porém, encerra um ciclo de crescimento que perdurava desde julho do ano passado.

O ICEI varia de zero a cem pontos e quando está acima de 50, sugere confiança. O indicador é formado pelo índice de condições, que avalia a economia e as empresas com relação aos últimos seis meses, e pelo de expectativas, que mede os mesmos parâmetros nos seis meses futuros. O de condições ficou em 61,5 pontos, contra 63,1 do medido no mês passado. Já o de expectativas, fechou em contra 71,3 pontos, ante 71,8 registrado em janeiro.

Evânio Felippe, economista da Fiep, avalia que a reversão do crescimento do índice de confiança se deu por conta de dois fatores: aumento da preocupação mundial com o combate ao coronavírus. Como a China é um dos principais fornecedores de matéria-prima e insumos para a indústria eletroeletrônica do Brasil e do Paraná, o empresário aguarda para ver como a situação se desenrola para não comprometer sua produção”, avalia.

O outro fator é o indício de queda no ritmo de crescimento da economia. “Alguns analistas de mercado já preveem que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2019, que será divulgado em março, ficará abaixo do esperado. Para 2020, as projeções de crescimento estão sendo revisadas para baixo, em torno de 2,2%”, afirma.

Algumas medidas, na análise do economista, podem contribuir para a manutenção da confiança. “Avanços na aprovação da Reforma Tributária neste primeiro semestre, que tem impacto direto na expectativa dos empresários e no planejamento de seus investimentos, além dos planos de privatização que podem ocorrer ao longo do ano”, destaca.

Se forem confirmadas, isso pode significar injeção de investimentos na economia. Outro ponto é a realização de obras de infraestrutura, que podem trazer melhorias em portos, aeroportos e rodovias, ajudando no escoamento da produção industrial. “Uma revisão na política de redução de juros também ajudaria a acelerar o crescimento da atividade econômica em 2020 e, por consequência, melhorar a percepção do industrial com um cenário mais positivo e propício para seus negócios”, resume.

Sondagem industrial

A pesquisa mensal, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com empresários do setor no Paraná, revelou que a utilização da capacidade instalada nas empresas paranaenses está em 74%. Entre as grandes companhias, o valor chega a 81%. Sessenta por cento das empresas respondentes afirmaram que têm previsão de aumento de demanda para os próximos seis meses, assim como 64% devem realizar investimentos no mesmo período.

Legenda: A utilização da capacidade instalada das indústrias está variando entre 74% e 81% – Foto: Gelson Bampi

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