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Beleza do Rio Paraná atrai mergulhadores

A paisagem do rio Paraná é cinematográfica

A paisagem do rio Paraná é cinematográfica. Os quilômetros que separam uma margem da outra são uma imensidão de tons de verde, mesclando na água as cores das árvores que povoam as centenas de ilhas locais. De perto, o verde da água se torna transparente, cristalino, despertando a curiosidade para as profundezas do segundo maior rio da América do Sul.

A boa notícia é que o mundo subaquático do Paranazão não é de todo um mistério. Há cerca de dez anos, um grupo de mergulhadores encontrou abaixo da superfície não só uma rica diversidade, como também um potencial de negócio a ser explorado. O mergulho é mais uma atividade que se desenvolve em uma região que vê crescer a cada dia o número de turistas, atraídos pelas belas paisagens.

O rio Paraná é o principal atrativo do Corredor das Águas, uma das 14 regiões turísticas do Paraná, que abrange os municípios do Noroeste do Estado. Seja dentro ou fora da água, em suas margens ou ilhas, diversas atividades ligadas ao turismo sustentável e de aventura se desenvolvem na região. Além do mergulho, pesca esportiva, passeios de barco, trilhas terrestres e aquáticas, observação da fauna e da flora e as praias de água doce estão entre as atrações desse grande corredor aquático.

A atividade reforça o turismo sustentável que o Governo do Estado passou a incentivar a partir do ano passado, para divulgar as belezas do Paraná e buscar o desenvolvimento econômico do Estado, com respeito ao meio ambiente.

Experiência única
Mais do que a boa visibilidade aquática, as características do mergulho no rio Paraná trazem uma experiência única no Brasil, por se tratar de uma grande extensão de água doce e de correnteza. A área mergulhável fica no último trecho de águas correntes do rio, entre os reservatórios das Usinas de Porto Primavera, em Rosana (SP), e o lago de Itaipu, que começa em Guaíra. Os principais pontos de mergulho estão em São Pedro do Paraná e nas proximidades da divisa do Paraná com São Paulo.

“Temos aqui um tipo de mergulho pouco comum no Brasil. Há outros pontos de água doce no País, mas nenhum com volume tão grande de água corrente e com boa visibilidade. Atingimos picos de visibilidade que ultrapassam 10 metros”, explica o instrutor Fábio Sant Ana, da escola Pro Diver, que explora a atividade na região.

De uma margem a outra, considerando a área de várzeas, o rio Paraná pode chegar a 15 quilômetros de largura. A profundidade varia. No ponto mais profundo, chamado justamente de Fundão, chega próximo a 20 metros. “É um rio muito grande, bastante volumoso, com uma profundidade legal e um ecossistema bem diverso, com grandes cardumes. E tem a correnteza, que é o grande charme para os mergulhadores”, diz Fábio.

Alguns pontos são para iniciantes e outros para mergulhadores avançados. Na área para iniciantes, a correnteza é leve, calma, e a profundidade máxima é de cinco metros. Neste ponto, encontram-se cardumes de piaparas, piau três pintas, corvina, lambari, cascudo e arraias.

Já o acesso ao Fundão é apenas para os mais experientes. A fenda que se abre no fundo do rio tem cerca de um quilômetro e meio de extensão, 200 metros de largura e até 20 metros de profundidade. “Nós mergulhamos em um dos paredões da lateral da fenda. É um ponto onde se encontram grandes cardumes, inclusive de jaús que pesam mais de 80 quilos, e as matrizes do rio Paraná. Por causa da profundidade e pressão da água, este é o local onde avistamos os maiores exemplares e onde se reproduzem”, explica Fábio.

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