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Mostra destaca importância das artistas mulheres

Exposição coloca mulheres artistas como protagonistas

O Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR) inaugurou este mês a exposição “Estamos aqui! Relevos no Horizonte do Acervo do MAC”. São obras de 15 mulheres – 11 artistas que integram o acervo do museu e quatro convidadas. A mostra será montada nas salas 8 e 9 do Museu Oscar Niemeyer, local onde o MAC-PR funciona temporariamente enquanto sua sede passa por reformas.

A intenção é olhar o acervo do MAC-PR levando em conta a discrepância entre a presença de homens e mulheres e reequilibrar essa realidade. A coleção é composta majoritariamente por artistas homens: 398 contra 229 mulheres. A diferença no número de trabalhos também chama a atenção. Há 786 a menos produzidos por mulheres.

Com curadoria da diretora do MAC-PR, Ana Rocha, a mostra apresenta obras de Ana Gonzalez, Cristina Agostinho, Deborah Santiago, Eliane Prolik, Elizabeth Titton, Erica Storer Araújo, Isabella Lanave, Fabiana de Barros, Guita Soifer, Janete Fernandes, Juliana Gisi, Mainês Olivetti, Marga Puntel, Marta Neves e Maya Weishof. A inauguração contará com uma performance de Erica Storer Araújo, que expõe a obra Tudo ou Nada, de 2017, e é uma das convidadas pela curadoria.

De acordo com Ana Rocha, mostrar o acervo do museu junto com outras artistas contemporâneas faz parte de um conceito de remixagem, prática que tem origem na música, mas que é levada também para áreas como arquitetura, quando prédios são remodelados para outros fins, moda, com a customização de roupas, e na própria arte.

Todos os trabalhos expostos em Estamos aqui!, segundo a curadora, referem-se ao corpo de diversas maneiras e o coloca como centro para falar de temas como identidade e consumo. É o que faz Juliana Gisi em seu vídeo Dueto em três vozes para Mariposa, finalizado em 2019. Ela é a personagem principal da obra, que mostra o seu rosto de duas formas distintas. “Não seria um autorretrato, mas uma discussão que tem muito mais a ver com usar o seu próprio corpo como matéria, utilizar a imagem para uma proposição”, explica a artista.

Doutora em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Juliana acredita que são muito importantes ações que coloquem as mulheres artistas como protagonistas. “Existe uma defasagem grande no número de obras dos acervos e em exposições no mundo todo. É uma realidade, é algo forte”. A exposição fica em cartaz até 4 de agosto.

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