Principais desafios enfrentados na educação de filhos
Em 2021, a Escola de Pais do Brasil (EPB), entidade sem fins lucrativos que busca aprimorar a formação de pais, educadores e cuidadores, conversou com pais e mães para entender os principais desafios enfrentados na educação de crianças e adolescentes
Ao longo dessa pesquisa qualitativa, a EPB constatou que a dificuldade número 1, especialmente para pais de primeira viagem, é a ausência de um modelo de educação universal. “O fato é que não há fórmulas prontas. Cada filho é de um jeito e cada fase do desenvolvimento da criança demanda energias diferenciadas. Logo, é preciso ir se adaptando ao longo do crescimento dos filhos”, explica José Alberto Wobeto, atual presidente da EPB em âmbito nacional e um dos envolvidos no estudo.
Justamente por esse motivo, muitos dos entrevistados relataram que, com o primeiro filho, tiveram um comportamento mais rígido em relação a seguir regras e condutas educacionais que julgavam corretas. A partir do segundo filho, no entanto, há a tendência a serem mais flexíveis com as regras, principalmente por se sentirem mais seguros.
Vale destacar ainda, que as dificuldades mudam conforme a fase de desenvolvimento da criança ou adolescente. “Na fase inicial, por exemplo, os pais percebem o quanto os filhos são dependentes. Essa dimensão muitas vezes assusta e frustra aqueles que precisam deixar suas necessidades de lado para priorizar os filhos ou, então, gera sentimentos de culpa nos que não podem estar presentes em todos os momentos”, detalha Wobeto.
Já na adolescência, um dos principais desafios citados pelos entrevistados é não saber se os filhos realmente estão seguindo os princípios que lhes foram passados. Isso porque, nessa fase, há um distanciamento natural na relação, que é marcada pela dificuldade de diálogo. Foi constatado, ainda, que a utilização da Internet, de forma mais ativa, também causa preocupação.
O fato é que as mudanças na percepção de valores e as novas normas sociais, entre outras questões, têm um impacto direto nesta dinâmica. “Acreditamos que essa é uma relação que precisa ser balanceada e ajustada sempre que necessário para que pais e filhos se mantenham conectados. Para auxiliar nesta jornada, a EPB desenvolve uma série de atividades que têm como objetivo ajudar pais e cuidadores a melhor exercerem suas funções educativas na família e na sociedade”, conclui Wobeto.