HUMANOS OU INUMANOS?
Por Pe. Osni Dos Anjos, Reitor do Santuário São Francisco de Assis
As palavras de Jesus sempre nos surpreendem, nos tomam na contramão do modo como estávamos pensando, nos fazem pensar e nos colocam em outra direção.
Amar ao próximo é o segundo maior mandamento da Bíblia, depois de amar a Deus sobre todas as coisas, o terceiro é o amor a si mesmo. Todas as outras regras dependem dessa relação entre amar a Deus, ao próximo e a si mesmo.
Jesus disse que é preciso amar ao próximo como a si mesmo (Mc 12, 30-31), e isso significa que todo o bem que se quer para si próprio, deve querer também para seu próximo. São princípios que expressam cuidado, mas também imprimem responsabilidade.
Temos observado quanto o pêndulo da existência tem ganhado extremidade para o lado da maldade e da perversão, lugar onde tem-se a impressão de que “tudo é permitido”, mas isso é um grande engano.
O que nos constitui como seres humanos é nossa capacidade de reflexão, nossa capacidade de tomar uma postura Ética e saber que “a inumanidade que se causa a um outro destrói a humanidade em mim” (Kant), pois estamos todos conectados.
Esse conhecimento nos ajuda a ver que o outro não é superior nem inferior a mim. Ninguém na terra é mais ou menos digno de amor, porque somos, na humanidade, todos iguais.
O amor ao próximo se expressa em atitudes, pois é bom dizer “eu te amo” mas isso não basta, existem muitas formas de mostrar amor ao próximo: não falando mal, sendo paciente, perdoando, ajudando na dificuldade, aceitando, acolhendo como o outro é, pois eu também tenho necessidade de acolhimento incondicional.
Temos bem certo que, nenhum de nós é “São Francisco de Assis”, ou “Santa Teresa de Calcutá”, pois desse tipo de ser humano só existiu um de cada, são únicos, mas todos nós, de alguma forma, podemos fazer irradiar ao nosso redor um pouco da luz de Deus, que é puro amor, e que se concretiza em verdadeira compaixão.