Condicionamento físico para idosos é tendência
O condicionamento físico para idosos emerge como a principal tendência no cenário fitness brasileiro para o ano de 2024. É o que apontam os dados divulgados pelo American College of Sports Medicine (ACSM). De acordo com a pesquisa, essa crescente demanda reflete não apenas em uma mudança de mentalidade em relação ao envelhecimento, mas também na compreensão mais profunda da importância do bem-estar na terceira idade.
Segundo o delegado do Conselho de Educação Física do Paraná, Aurélio Alfieri, o reconhecimento do condicionamento físico para idosos como tendência destaca a necessidade urgente de promover uma cultura de movimento para a saúde e o bem-estar. Iniciar um programa de condicionamento físico, no entanto, pode apresentar desafios específicos para os idosos, incluindo limitações físicas, medo de lesões e falta de motivação. “Para superar esses obstáculos, é essencial personalizar os programas de exercícios e integrar atividades de baixa intensidade e curta duração”, indica Aurélio.
Benefícios
O condicionamento físico para idosos oferece uma ampla gama de benefícios que abrangem não apenas a saúde física, mas também a saúde mental e emocional. Essas atividades não apenas ajudam a manter a força muscular e a flexibilidade, mas também contribuem para a melhoria da função cognitiva e redução da depressão. “No caso dos idosos, devemos criar rotinas que levem em consideração suas limitações e necessidades específicas, garantindo exercícios seguros e eficazes.” Quanto ao impacto na qualidade de vida e independência dos idosos, Alfieri ressalta que o condicionamento físico tem um papel fundamental: “Contribui para uma maior autonomia nas atividades diárias e reduz a dependência de terceiros”, destaca. “O princípio de que ‘todo passo conta’ deve ser um pilar central na educação e prática dos profissionais de fitness ao trabalharem com idosos.”
Perspectivas futuras
Olhando para o futuro, Alfieri prevê uma abordagem mais integrada e personalizada no campo do condicionamento físico para idosos. Ele destaca o surgimento de tendências como os “Nano Workouts” e os “Petiscos de Exercícios”, que são abordagens que visam integrar atividades físicas à rotina diária de forma rápida e conveniente, trazendo flexibilidade e adaptabilidade e tornando o exercício mais acessível. Como delegado do Conselho de Educação Física, Aurélio frisa que para nos adaptarmos a essas novas demandas, é fundamental que os profissionais de fitness e saúde continuem a se educar e inovar, criando programas cada vez mais personalizados e acessíveis. Isso porque o condicionamento físico para idosos não é apenas uma tendência momentânea, mas sim um reflexo de uma mudança cultural mais ampla em relação ao envelhecimento e à saúde. “Com uma abordagem centrada no indivíduo e na integração de atividades físicas à vida cotidiana, podemos não apenas prolongar a vida, mas também enriquecer os anos vividos, promovendo uma sociedade mais saudável e inclusiva para todas as idades”, conclui.
Quedas domésticas
Dados do Ministério da Saúde revelam que, no Brasil, 70% das quedas em idosos ocorrem dentro de casa, afetando especialmente aqueles com mais de 65 anos. O receio é ainda maior entre os mais idosos, onde a mortalidade associada a quedas pode ser até seis vezes maior. Os números refletem uma realidade preocupante, que demanda ações preventivas e medidas eficazes para garantir a segurança e o bem-estar de idosos em seus ambientes.
Segundo Alano Queiroz, ortopedista, fraturas ósseas, entorses e luxações são as lesões mais frequentes decorrentes de acidentes domésticos, especialmente quedas. Ele ressalta que a gravidade dessas lesões varia, sendo as fraturas de quadril, punho e tornozelo as mais comuns. Para essas lesões, o tratamento pode envolver desde imobilização até cirurgia, com prognósticos variados, mas geralmente positivos, com o devido acompanhamento médico. De acordo com o profissional, em idosos as lesões ortopédicas mais frequentes decorrentes de quedas são fraturas de quadril, punho, colo de fêmur e vértebras.
O ortopedista destaca a importância de identificar e mitigar os fatores de risco em ambientes domésticos. Tapetes escorregadios, falta de corrimãos e iluminação inadequada são alguns dos perigos potenciais. Ele sugere medidas preventivas, como instalação de corrimãos, uso de tapetes antiderrapantes e organização segura de objetos, para reduzir esses riscos. Além disso, a prática regular de atividades físicas para fortalecer a musculatura é fundamental para prevenir quedas.
Saúde mental
Enfrentar o envelhecimento com qualidade de vida inclui lidar com as complexas demandas emocionais que surgem nesta fase, e a terapia pode desempenhar um papel fundamental nesse processo. O psicólogo Luti Christóforo afirmou que os idosos enfrentam uma série de mudanças profundas e muitas vezes dolorosas, como a perda de um cônjuge, a aposentadoria ou a diminuição das funções sensoriais e motoras. Além disso, a rápida evolução tecnológica pode contribuir para um sentimento de inutilidade, pois, ao contrário das gerações passadas, os idosos de hoje não são mais vistos automaticamente como fontes primárias de sabedoria.
Promover o respeito intergeracional e o reconhecimento da importância das experiências de vida dos idosos é fundamental para fortalecer os vínculos familiares e melhorar a saúde mental de todas as gerações.
Cuidar da saúde mental dos idosos é crucial para garantir que possam viver esta fase da vida com dignidade e qualidade. A terapia oferece ferramentas e estratégias para enfrentar os desafios do envelhecimento, ajudando os idosos a manterem sua autonomia, sentido de valor e pertencimento. Assim, podem redescobrir um propósito e viver plenamente, independentemente da idade.