Xadrez é ferramenta pedagógica poderosa
Professora diz que o jogo contribui para o desenvolvimento dos alunos em diversas áreas
Estudos revelam que o tabuleiro de xadrez é a melhor ferramenta para entender com o cérebro humano recebe e processa informações. Através do jogo – que mescla recreação e competitividade na busca do xeque mate ao rei adversário–, pesquisadores conseguem medir a capacidade de raciocínio e concordam que a genialidade é relativa. Conclui-se que, mais importante que nascer com um certo talento, é treinar o cérebro para assegurar bom desempenho em atividades diversas, que vão da capacidade de tocar um instrumento, falar idiomas ou até jogar bola.
Há mais de duas décadas, a professora de xadrez Silvia Regina da Silveira, da Escola Anjo da Guarda, percebeu que o jogo ensinava seus alunos a melhorar o desempenho em muitas áreas. E se o xadrez é uma academia para o cérebro, que lugar melhor para estimular sua prática que a sala de aula? “O xadrez é uma ferramenta pedagógica poderosa, capaz de desenvolver no aluno a capacidade de tomar decisões, a autocrítica, concentração, formação de ideias, raciocínio, entre outras habilidades”, argumenta Silvia. Para ela, a presença do jogo dentro do ambiente escolar ensina o aluno a pensar e contribui diretamente para a formação educacional.
Segundo a treinadora, com o xadrez a criança aprende a reagir de forma mais positiva às situações enfrentadas em sua vida. “Entrando em xeque a criança percebe que existe mais de uma maneira de sair, assim como na vida, quando a criança está em dificuldade ela sabe que pode contar com outras pessoas e outras possibilidades para ajudá-la”, diz Silvia. Pela sua experiência de ensino do xadrez em sala de aula, a professora atesta que são excelentes os resultados alcançados junto aos alunos hiperativos ou com baixo rendimento escolar.
“A maioria dos alunos que praticaram xadrez apresentam um aumento da concentração e melhoram o rendimento escolar. No caso de alunos agitados, suas mentes entram em ação durante a partida, traçam estratégias brilhantes pela idade deles, executam planos com decisões implacáveis, e após a partida a criança notoriamente demonstra mais calma, motivo de espanto entre alguns pais e educadores”, afirma.
Várias escolas públicas e particulares de Curitiba já incluíram o ensino do xadrez no currículo escolar, a exemplo da Escola Anjo da Guarda, Opet e Umbrella. Fora do ambiente escolar, é possível aprender no Clube de Xadrez de Curitiba e Clube de Xadrez Erbo Stenzel. “Considero importante levar o xadrez ao ambiente escolar, não como obrigatório, mas sim como parte fundamental do processo de desenvolvimento dos alunos. Além disso, a criança precisa conhecer o jogo ou será difícil ela se interessar pela aula extra curricular”, pondera a treinadora.
Manoe Sousa
Muito importante a reportagem. O xadrez é significativo para praticantes. Em especial as crianças em desenvolvimento…a prática do xadrez deveria está presente em todas as escolas do Brasil.