Proibir uso de celulares em sala de aula é retrocesso
Educadores defendem incorporação de ferramentas on-line para atrair atenção de estudantes e melhorar ensino
Celulares desligados e guardados na mochila ou no bolso do uniforme ainda não são exatamente coisa do passado, mas estão perto disso. Pelo menos é o que defendem especialistas no uso de tecnologia voltada à Educação. O uso de aparelhos eletrônicos, mesmo durante o horário escolar, é, mais que uma tendência, uma realidade da qual pais, professores e equipes pedagógicas precisam parar de fugir.
Com o avanço do desenvolvimento de ferramentas, como aplicativos de celular e recursos on-line, processos como a chamada gamificação do aprendizado têm se tornado onipresentes – e educadores acreditam que quem lutar contra eles vai, provavelmente, cair no ostracismo. Esses recursos são fundamentais para atrair a atenção dos estudantes e garantir uma melhoria na qualidade do ensino no Brasil e no restante do mundo
Não é de hoje que há alguma dificuldade para entender qual a melhor estratégia para lidar com o uso de aparelhos em sala de aula. Desde que esses equipamentos se tornaram mais acessíveis e, portanto, se disseminaram entre adultos e crianças, a escola se pergunta o que fazer com eles dentro de seus muros. De acordo com o professor Romero Tori, autor do livro “Educação sem Distância”, que fala sobre o uso de novas tecnologias na Educação, “não dá para pensar na sociedade sem tecnologia e, portanto, não dá para pensar em Educação sem tecnologia. Não há motivo para que a escola fique alheia à nova forma como a sociedade encara essa tecnologia”.
Ele lembra que o grande questionamento que precisa ser feito não é a respeito do uso da tecnologia em sala de aula, mas dos propósitos aos quais esse uso serve. “Para garantir um bom aproveitamento das ferramentas de tecnologia, o ideal, segundo o especialista, é inverter o foco. Entender primeiro qual é o objetivo pedagógico, quem são os estudantes, qual o tipo de ambiente em que a aula se dá – se é on-line, presencial ou híbrida – e outros detalhes, para depois definir quais recursos são adequados para esse contexto e quais mídias podem ser utilizadas