Produção de fevereiro cresce 3,1% no Paraná
A atividade industrial do Paraná aumentou 3,1% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado
Na comparação com janeiro deste ano, já com ajuste sazonal, a queda foi de 2,5%, a maior do Sul e também abaixo do indicador nacional, que caiu 0,7%. A produção também encolheu 1,5% em Santa Catarina e, 1,1%, no Rio Grande do Sul.
O resultado de fevereiro aponta para uma desaceleração da atividade industrial do estado em relação aos últimos meses. Em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o crescimento havia sido de 11,4%. Dezembro cresceu 18,9% e, novembro, 13,8%.
“Depois de seis meses consecutivos de crescimento, sobretudo nos últimos três, na casa de dois dígitos, percebe-se uma reversão na tendência de crescimento no setor, com taxas bem menores em fevereiro. A produção desacelerou e vem perdendo ritmo”, avalia o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe. “Quando comparado o desempenho da indústria em fevereiro, contra janeiro, o resultado interrompeu uma trajetória de nove meses de alta”.
Mesmo com crescimento menor do que o dos meses anteriores, algumas atividades tiveram resultado expressivo. A fabricação de produtos de metal cresceu 42%, seguida por máquinas e equipamentos (36%), produtos minerais não metálicos (16%), madeira (15%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (13%) e borracha e material plástico (12%).
Porém, dois dos principais segmentos industriais do estado desempenharam mal. O setor automotivo encolheu 13% e, alimentos, 8%. “Esse resultado sinaliza uma acomodação frente ao cenário de incertezas gerado pelo agravamento da pandemia da Covid 19 no Brasil e pela adoção de medidas mais restritivas em todo o estado”, analisa o economista. “Em janeiro, o segmento automotivo comemorava alta de 28% na produção, enquanto alimentos já havia registrado retração de 7,3%”, completa.
Em relação ao setor alimentício, mesmo num período de alta na produção de chocolates e doces para a Páscoa, o resultado geral foi de queda no mês. “Isso pode estar atrelado a um menor dinamismo da atividade de exportação, principalmente de soja e carnes do Paraná, para o mercado internacional”, avisa.
Outro fator que pode ter influenciado a diminuição no ritmo nas indústrias, e que está ligado ao agravamento da pandemia, é o fechamento do comércio e de setores de serviços. “Numa piora de cenário, toda a cadeira é afetada. Se serviços não contrata e o comércio deixa de vender, o ritmo de produção nas fábricas também é fortemente impactado”, destaca.
Para os próximos meses, a previsão é incerta. Tudo vai depender de como os governos vão atuar no controle da pandemia, do ritmo da vacinação da população aqui no estado, e também, da implementação dos programas de auxílio a pessoa física e empresas. “O Governo Federal já anunciou que os valores mensais serão mais baixos e vão beneficiar menos pessoas este ano e isso pode impactar a atividade de consumo no estado”, conclui.
LEGENDA: Ritmo de crescimento no estado em relação aos meses anteriores diminuiu e na comparação com janeiro houve queda de 2,5% – Foto: Gelson Bampi