Por Pe. Osni Dos Anjos,Reitor do Santuário São Francisco de Assis

No coração do ser humano há uma “sede de infinito” que nunca se sacia, mas que segue desejando. Nós somos, por natureza, seres de desejo, porque primeiramente fomos desejados.

Na caminhada espiritual, o primeiro passo deve ser buscar, desejar esses sinais de Deus que estão aí o tempo todo ao nosso entorno. É preciso reaprender a desejar para ver a presença de Deus em tudo que respira.

Nós desaprendemos a arte de olhar com atenção. Aliás, por onde anda nossa atenção? Somos o tempo todo forçados à distração do mundo que nos convoca para muitas conexões, menos com o sagrado.

O ser humano, único e especial entre os seres, possui uma vocação singular e originária: a plenitude.

Por isso, somos seres de busca incessante de completude e, não estamos tranquilos enquanto não encontrarmos o rosto d’Aquele que nos chama e pelo qual fomos criados. Segundo Pascal, “o homem supera infinitamente o homem”.

São essas pequenas gotas de busca espiritual que tornam possível a montagem do grande cenário da vida.

Margherita Guidacci, amante da poesia escreveu:
Não obedeças a quem te disser para renunciar ao impossível!/
A impossibilidade torna possível a vida do homem./
Tu fazes bem em perseguir o vento com um balde./
Por ti, só por ti, ele deixar-se-á capturar./

Tome coragem de buscar Aquele que te espera ansiosamente. Essa é uma humilde coragem de colocar no vazio interior do coração gotas espirituais da presença de Deus.