Curitiba enfrenta mudanças climáticas com obras e programas ambientais
Obras de drenagem no rio Bacacheri Mirim na altura da Rua Domingos Pizatto no bairro Bacacheri
Da longa estiagem e rodízio de água, para as chuvas torrenciais com enchentes e alagamentos. Estes extremos são bem familiares para os curitibanos, uma vez que representam uma realidade presente e têm uma explicação: as mudanças climáticas.
De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a capital registrou 129,2 mm de chuvas até o dia 17 de janeiro. A média histórica do mês é 182 mm. Se as instabilidades persistirem nos próximos dias, a previsão é que o volume de chuva ultrapasse a média histórica em janeiro.
Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), em Curitiba a temperatura aumentou, em média, 1,2ºC, se comparado a seis décadas atrás. Essa elevação, que é ainda maior em outras cidades, tem origem na urbanização, que causa o aumento das emissões de gases do efeito estufa (GEE).
Ciente do problema, a capital atua em várias frentes para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, que sofrem influência também do fenômeno La Niña, que resfria a água dos oceanos e altera o regime de chuvas, e dos desmatamentos das florestas, que gera um importante desiquilíbrio ecológico.
Uma das frentes de trabalho é o programa Curitiba Contra as Cheias, executado pela Secretaria Municipal de Obras Públicas, através do Departamento de Pontes e Drenagem, que ano passado concluiu sete grandes obras de macrodrenagem em vários pontos da cidade. As obras minimizam o impacto das fortes chuvas e aumentam a capacidade de extravasamento de rios e córregos.
No ano passado, a Prefeitura concluiu as intervenções no bairro Bacacheri, de perfilamento e contenção de taludes no Rio Bacacheri Mirim; perfilamento e bacia de contenção no Rio Bacacheri; implantação de galerias de águas pluviais na Rua Lodovico Geronazzo (Boa Vista) e ruas José Mendes Sobrinho, Ludovico Zanier e Nelson Borba (CIC); contenção lateral no Córrego Jardim Natália (Cajuru), e obra de perfilamento do Rio Pilarzinho, entre a rua Júlio Perneta e o Rio Belém (Mercês/Bom Retiro).
Existem outras seis importantes obras de macrodrenagem em execução atualmente. No Rio Pinheirinho, a intervenção ocorre em três grandes lotes: Rio Vila Guaíra e Córrego do Curtume (Guaíra e Parolin), Córrego Henry Ford (Lindoia, Guaíra e Fanny), Córrego Santa Bernadethe e Rio Pinheirinho (Fanny e Parolin). São oito quilômetros de obras.
Além disso, os trabalhos estão em curso para implantação de bacia de detenção na sub-bacia do Ribeirão dos Müller (CIC); galerias de detenção em concreto no Rio Juvevê e galerias celulares (Alto da XV), e execução de bacia de detenção no Rio Mossunguê (Campo Comprido).