Confiança da indústria registra queda
A utilização da capacidade instalada das indústrias está variando entre 74% e 81%
Em fevereiro, a pesquisa mensal da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que avalia a confiança do empresário na economia, reverteu uma tendência de crescimento que vinha sendo confirmada há seis meses. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) chegou a 68,4 pontos. Praticamente estável, apenas 0,5 ponto abaixo do resultado de janeiro, porém, encerra um ciclo de crescimento que perdurava desde julho do ano passado.
O ICEI varia de zero a cem pontos e quando está acima de 50, sugere confiança. O indicador é formado pelo índice de condições, que avalia a economia e as empresas com relação aos últimos seis meses, e pelo de expectativas, que mede os mesmos parâmetros nos seis meses futuros. O de condições ficou em 61,5 pontos, contra 63,1 do medido no mês passado. Já o de expectativas, fechou em contra 71,3 pontos, ante 71,8 registrados em janeiro.
Evânio Felippe, economista da Fiep, avalia que a reversão do crescimento do índice de confiança se deu por conta de dois fatores: aumento da preocupação mundial com o combate ao coronavírus. Como a China é um dos principais fornecedores de matéria-prima e insumos para a indústria eletroeletrônica do Brasil e do Paraná, o empresário aguarda para ver como a situação se desenrola para não comprometer sua produção”, avalia.
O outro fator é o indício de queda no ritmo de crescimento da economia. “Alguns analistas de mercado já preveem que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2019, que será divulgado em março, ficará abaixo do esperado. Para 2020, as projeções de crescimento estão sendo revisadas para baixo, em torno de 2,2%”, afirma.
Algumas medidas, na análise do economista, podem contribuir para a manutenção da confiança. “Avanços na aprovação da Reforma Tributária neste primeiro semestre, que tem impacto direto na expectativa dos empresários e no planejamento de seus investimentos, além dos planos de privatização que podem ocorrer ao longo do ano”, destaca.
Se forem confirmadas, isso pode significar injeção de investimentos na economia. Outro ponto é a realização de obras de infraestrutura, que podem trazer melhorias em portos, aeroportos e rodovias, ajudando no escoamento da produção industrial. “Uma revisão na política de redução de juros também ajudaria a acelerar o crescimento da atividade econômica em 2020 e, por consequência, melhorar a percepção do industrial com um cenário mais positivo e propício para seus negócios”, resume.
Sondagem industrial
A pesquisa mensal, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com empresários do setor no Paraná, revelou que a utilização da capacidade instalada nas empresas paranaenses está em 74%. Entre as grandes companhias, o valor chega a 81%. Sessenta por cento das empresas respondentes afirmaram que têm previsão de aumento de demanda para os próximos seis meses, assim como 64% devem realizar investimentos no mesmo período.