Alerta para pacientes com doenças autoimunes
Para pacientes com doenças autoimunes na pele, por exemplo, a preocupação deve ser redobrada
O momento de sol, piscina e praia finalmente chegou, mas com o verão vem também muitos cuidados que devem ser levados em conta. Para pacientes com doenças autoimunes na pele, por exemplo, a preocupação deve ser redobrada.
Segundo a médica Laíssa Alvino, o Lúpus Eritematoso Sistêmico é a doença que mais demanda precaução. O lúpus é uma doença autoimune, de etiologia desconhecida porém multifatorial, em que o próprio organismo produz anticorpos que podem estimular a destruição de células saudáveis, causando danos em diversos órgãos, como a pele, articulações, os rins além de sintomas como queda de cabelo, úlceras na boca, emagrecimento e febre. Entre as pessoas mais acometidas estão as mulheres de 20 a 30 anos.
Além do tratamento especializado com um reumatologista, pacientes com Lúpus devem ter cuidados extras no verão, já que a exposição à radiação ultravioleta pode ser gatilho para reativação da doença, tanto cutânea quanto sistêmica. A exposição aos raios ultravioletas estimula a produção de diversos mediadores químicos que ativam células de defesa a se tornarem autorreativas e produzirem anticorpos que atacam as células do próprio organismo.
Ela ressalta ainda que a perpetuação do processo inflamatório pode causar lesões graves na pele, que tipicamente iniciam-se de forma tardia, após alguns dias ou até 3 semanas após à exposição solar, mas podem persistir por meses e deixar até mesmo cicatrizes. Além disso, como o estímulo dos raios UV induz a produção de autoanticorpos circulantes, pode ocorrer inflamação em diversos órgãos, sendo os rins aqueles que trazem maior preocupação, pelo risco de perda de função e progressão para doença renal crônica. Portanto, o uso de protetor solar, com no mínimo FPS 30 e resistência à água, com reaplicações a cada duas horas, torna-se imprescindível, até mesmo em dias nublados.