A oração é saudade do encontro com Deus
Por Pe. Osni Dos Anjos, Reitor do Santuário São Francisco de Assis
Estamos num momento da história em que muitos pontos são comuns à família humana, mas há um em especial: o sofrimento, que não conhece nacionalidade, religião e etnia. Podemos dizer que por conta desta pandemia, em algum momento, todos nós já nos sentimos desamparados e por isso mesmo sofrendo, essa é uma verdade comum para todos nós.
Um caminho que nos ajuda muito no tempo de sofrimento é a oração. O Para Francisco afirmou em uma catequese que quando rezamos, as emoções rezam, mas não se pode dizer que a oração seja apenas emoção. A inteligência reza, mas rezar não é apenas um ato intelectual. O corpo reza, mas pode-se falar com Deus até mesmo na mais grave invalidez. Portanto, é todo o ser humano que reza, o seu ‘coração reza’.
Então seria dizer, parafraseando Martin Buber, que a oração é a voz de um “eu” que tateia, que procede tateando, procurando um “Tu”. O encontro entre o “eu” e o “Tu” não pode ser feito com calculadoras. É um encontro humano e se procede tateando, muitas vezes, para encontrar o “Tu” que o meu “eu” procura”. Tão úteis para nós, neste tempo, os meios de comunicação ajudam nas relações, mas nenhum deles substitui um momento de silêncio, de oração interior e de encontro com Deus.
Segundo o Papa Francisco, a oração é um impulso, é uma invocação que vai além de nós mesmos: algo que nasce no íntimo de nossa pessoa e se estende, porque sente a saudade de um encontro. Devemos sublinhar isso: sente a saudade de um encontro, aquela saudade que é mais que uma necessidade, é uma estrada que nos conduz por um caminho único das surpresas de Deus.
Santo Agostinho disse que “Deus é mais íntimo em mim do que eu mesmo”, então há um caminho para se trilhar nesta misteriosa busca.